Os números do desemprego, continuam a aumentar. No final do mês de Setembro, eram já 482.548 os desempregados inscritos nos Centros de Emprego. Um aumento de 3,4% face a igual período do ano passado e mais 17.660 desempregados em relação ao mês de Agosto.
A região norte é das mais afectadas do país, com um acréscimo de 7,3% de desempregados comparativamente ao ano passado.
De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional de Vila Nova de Famalicão (IEFP), existem neste momento 13 mil desempregados.
São números que ensombram, um pouco por toda a parte, a vida da maioria das famílias portuguesas e afectam muito particularmente a região do Vale do Ave.
A elevada concentração regional da indústria do têxtil, do vestuário e do calçado, foi a mais afectada pela entrada da China na Organização Mundial do Comércio e consequente abertura dos mercados do comércio internacional, com a inevitável, mas drástica redução das quotas até então detidas por Portugal.
Porque esta não é uma realidade nova é natural que não surpreenda ninguém. Mas é deveras comprometedor o silêncio do PS local à volta de algumas das cambiantes do tema.
O desemprego que grassa no concelho e na região foi, no último embate autárquico, uma das suas bandeiras eleitorais. Meses a fio foi assunto obrigatório nas intervenções, comentários e entrevistas do candidato à Presidência da Câmara e da estrutura politica concelhia de apoio.
Ora, há quem não compreenda o total silêncio do PS local, à ausência de qualquer referência no Programa de Governo do Eng. José Sócrates, quanto aos 150 mil novos postos de trabalho, repetidamente prometidos.
Há quem não compreenda o total silêncio do PS local, quanto ao desconhecimento do paradeiro do Programa AGIRE (Gabinete de Intervenção Integrada para a Reestruturação Empresarial), que tinha em vista o acompanhamento de empresas em dificuldades económicas e cuja implementação foi anunciada em Famalicão, a 30 de Abril do corrente ano.
Muito menos compreenderá a maioria dos famalicenses o prolongado silêncio do PS local quanto ao facto de o Centro de Emprego de Vila Nova de Famalicão, mesmo ao fim de muitos meses, continuar à espera da nomeação do seu Director, prejudicando claramente a desejável rapidez das decisões que interessam às empresas e aos trabalhadores.
São silêncios reveladores. Do embaraço que grassa nas hostes socialistas ante a inoperância governativa. Da dependência, da decisão de nomeação do Director do Centro de Emprego, primeiro dos resultados autárquicos do PS local, agora, previsivelmente do desfecho ou hipotético desfecho das suas anunciadas eleições internas.
Opinião Pública, 04 de Novembro de 2005
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