Páginas

quinta-feira, março 25, 2010

O PSD não precisa de um novo líder

O PSD não precisa de um novo líder, precisa é de um líder que lidere.

O PSD não precisa de um novo líder, precisa é de um líder que ofereça aos portugueses verdadeiras soluções alternativas às da governação socialista.

O PSD não precisa de um novo líder, precisa é de um líder com coragem e firmeza, que não se deixe “embrulhar” pelo tacticismo do Governo e do PS, nem “aprisionar” entre a chantagem socialista e a situação do País no contexto internacional.

O PSD não precisa de um novo líder, precisa é de um Líder com Futuro.

Quero acreditar que amanhã o irá encontrar.

terça-feira, março 16, 2010

No melhor pano cai a nódoa

A oposição, realce-se pública, às directrizes do Partido em períodos de campanha eleitoral, acabam sempre por, em maior ou menor escala, se repercutirem nos resultados eleitorais. Na verdade e compreensivelmente, não é indiferente à opinião pública a imagem que lhe chega da união ou falta dela, em torno dos protagonistas e programa de acção de uma força política.

Aos militantes, neste períodos, é-lhes assim especialmente exigível em termos públicos, alguma reserva, contenção verbal e o mínimo de lealdade às orientações nacionais, as quais, além do mais, foram sufragadas internamente pelo universo dos seus militantes.

Como militante do PSD jamais me acostumarei às faltas de lealdade de conceituados militantes, às traições e “facadas” a líderes e às queixas insidiosas daqueles que, outrora mas na oposição, se comportaram exacta e irresponsavelmente da mesma maneira.

Mas censurar politicamente estes comportamentos será sempre muito diferente de os sancionar disciplinarmente. A consagração de uma norma de conduta do género é defensável, mas desnecessária. Ainda que com outra redacção, os Estatutos do PSD já a prevêem. O que não defensável é a sua violação poder legitimar a aplicação de uma qualquer sanção disciplinar. Inacreditavelmente a maioria dos congressistas do meu partido assim não entenderam. Um erro estratégico, conceptual e patrimonial, tremendo e devastador.

Transmite a imagem de um partido incoerente ante denúncia sistemática da “asfixia democrática” que se vive no país, mas também de um partido anárquico e indisciplinado a que importa pôr termo. Um desacerto que o PS vai aproveitar até à exaustão.

Abraça o princípio que a unidade de um partido pode ser alcançada pela via regulamentar ou por decreto dos seus dirigentes. Nada mais falso. A união dos militantes não se pode impor, ela será sempre o resultado da linha ideológica e programática do próprio partido e, claro está, das qualidades humanas e das capacidades politicas dos seus responsáveis.

Advoga o paradoxal de uma mesmíssima conduta ser considerada ora normal e legitima, ora de particularmente gravosa tudo dependendo de ter sido adoptada antes ou no decurso dos 60 dias que antecedem um acto eleitoral. Um disparate.

Finalmente, e mais importante de tudo o quanto foi referido, esta alteração ao Regulamento de Disciplina atenta contra a intransigente defesa da liberdade de expressão, uma das referências mais sagradas para o PSD. É pois um retrocesso cívico e um atentado à liberdade individual. O PSD fecha-se um pouco mais à sociedade civil e à participação dos seus militantes.

No melhor pano cai a nódoa. Foi o que aconteceu no XXXI Congresso do PSD.

sexta-feira, março 12, 2010

Money for the Boys

"Isto é money for the boys" disse ontem Teixeira dos Santos no Parlamento, durante a discussão da proposta de mais €5 milhões para as Juntas de Freguesia.

Inicialmente, pensei que o ministro estava a viver um momento de desventura a que nenhum político escapa, tantas vezes justificado pelo calor da discussão. Um momento de grande, grande infelicidade.

O uso da língua de Shakespeare trouxe-me à memória o curso de Engenharia Civil de José Sócrates e a inquietante feitura da cadeira de Inglês Técnico, através de um trabalho feito em casa, entregue na Universidade Independente numa folha A4, que chegaria às mãos do reitor acompanhado de um cartão do então seu gabinete de secretário de Estado.

Parafrasear “No jobs for de boys” de António Guterres, fez-me depois recordar que esta é a promessa mais quimérica de um governante português, só encontrando paralelo na criação dos 150 mil novos postos de trabalho, prometidos por José Sócrates.

Só um momento de grande infelicidade poderia justificar que alguém usasse tão negativa expressão, integrando o governo recordista de nomeações politicas nos primeiros três meses de exercício e o mesmo que nomeou Rui Pedro Gonçalves para a administração da PT.

Errado. Teixeira dos Santos não foi infeliz. O insulto gratuito a milhares de presidentes de junta, homens e mulheres democraticamente eleitos pelo Povo, assume a mesma gravidade dos “gestos tauromáquicos” de Manuel Pinho no parlamento e que haveriam de ditar a sua saída do executivo. Impunha-se, no mínimo, que o Ministro das Finanças se retratasse.

Não aconteceu. Teixeira dos Santos estimulado pela impunidade que paira sobre a acção do governo, reforçada pela subida do PS nas intenções de voto dos portugueses, disse exactamente aquilo que pensa do patamar mais baixo do poder local: a eleição dos presidentes de junta de nada serve, salvo alimentar os aparelhos partidários, incluindo o do PS.

Quem diz o que pensa, mesmo pensando mal, muito mal no caso presente, mesmo faltando ao respeito a milhares de portugueses, mesmo revelando falta de sentido de Estado, não sendo justificado ou corrigido pelos “compagnon de route”, não tem obviamente de se desculpar. Era o que faltava.

quinta-feira, março 11, 2010

Já nada me espanta


A deputada socialista Inês de Medeiros afirmou em entrevista à revista «Sábado», nas bancas a partir de hoje, não considerar «que seja muito grave» se Sócrates mentiu ao Parlamento sobre o negócio PT/TVI.

«Não sei se mentiu ou se não mentiu. Mas, se mentiu, nem acho que seja assim muito grave», disse, quando questionada sobre as declarações do Primeiro-Ministro que em Junho afirmou no Parlamento não saber do negócio da compra da TVI pela PT.

Não me espanto. Já nada me espanta na política, tantas e tão recorrentes são as demonstrações de falta de ética. As palavras proferidas por esta deputada, que se tem destacado mais pelas polémicas em que se envolveu do que pelo trabalho parlamentar, ainda me espantam menos.

Recordemos o episódio das viagens à Cidade Luz. Eleita pelo Circulo de Lisboa não hesitou em solicitar à Assembleia de República que fosse equiparada aos deputados eleitos pelo Circulo da Europa para efeitos de pagamento das suas viagens semanais de ida e volta a Paris, em classe executiva e ajudas de custo relativas aos 25 quilómetros de distância entre a sua casa e o aeroporto.

Para quem se apresentou falsamente ao eleitorado como residindo na freguesia de Santa Catarina, em Lisboa e recebe diariamente da assembleia da república 528€ de ajudas de custo, exactamente por ter residência oficial em Paris, percebe-se que só alguém com tão grande défice ético possa ousar pedir aos portugueses que pague as suas viagens semanais à capital do mundo francófono.

Os portugueses só esperam que a filha do Maestro António Victorino D'Almeida, envolvida nas noticias sobre alegados financiamentos da PT à campanha de Sócrates e colaboradora da revista 'Relance', projecto editorial do ex-administrador da Portugal Telecom Rui Pedro Soares e da sua mulher, não se lembre de mudar para Washington, Pretória, Tóquio ou Wellington.