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quinta-feira, fevereiro 22, 2007

João Garcia vem a Famalicão

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Com entrada livre, o Pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, organiza já no próximo dia 27 de Fevereiro (terça-feira), pelas 10.00 horas, no Salão Nobre da Universidade Lusíada, uma conferência com o conhecido alpinista JOÃO GARCIA, o primeiro português a subir ao Monte Everest, com 8.848 metros, o cume mais alto do planeta, sem recurso a oxigénio artificial e sem carregadores de altitude.

A proeza alcançada a 18 de Maio de 1999, valeu a João Garcia, 93 dias de internamento num hospital de Zaragoça, em Espanha, a perda das pontas dos dedos e a reconstrução do nariz, por causa das queimaduras do gelo. O belga Pascal Debrouwer, seu colega de escalada encontrou a morte, ao cair durante a descida, numa ravina.

Das catorze montanhas com mais de 8.000 metros existentes no planeta, todas localizadas na cordilheira dos Himalaias, no continente Asiático, entre a Índia, China, Nepal, Paquistão e Tibete, João Garcia, ascendeu já a sete delas: Cho Oyo em 1993, Dhaulagiri em 1994, Everest em 1999, Gasherbrum I em 2001, Gasherbrum II em 2004, Lhotse em 2005 e Sishma e Kangchenjunga, no ano passado.

Até aos dias de hoje, apenas 11 pessoas escalaram estas 14 montanhas e apenas mais 16 o fizeram acima dos 10 cumes escalados. João Garcia tem como objectivo integrar este clube restrito de alpinistas que venceram a Natureza. Com o patrocínio do Millennium BCP, iniciou em 2006, o projecto "À conquista dos Picos do Mundo", que culminará em 2010 com a escalada da totalidade destas 14 montanhas. A ascensão ao Kanchenjunga ocorreu no ano passado, a que se seguirá, já neste verão, a difícil subida a K2 (8611 m Paquistão/China), Makalu, na primavera de 2008 (8463 m Nepal/China/Tibete), Manaslu, em Outono desse mesmo ano (8163 m Nepal), Annapurna na primavera (8091m – Nepal) e Broad Peak no verão de 2009 (8047 m -Paquistão/China) e, finalmente, no verão de 2010, Nanga Parbat (8125 m – Paquistão). Tal como na subida ao Everest, também em todas estas expedições João Garcia não usará máscara de oxigénio.

João Garcia, nasceu em Lisboa a 11 de Junho de 1967. Toda a sua actividade profissional está ligada ao alpinismo. Além das escaladas que já realizou é organizador e guia de expedições e excursões de aventura. Monitor de alta montanha, está igualmente ligado ao uso industrial das técnicas de escalada (trabalhos verticais), tal como à dinamização da escalada através de estruturas artificiais (muros de escalada). Actualmente o único português “cameraman” de altitude e de condições extremas, realizou vários documentários sobre as suas expedições, e que têm sido transmitidos nas televisões portuguesas. Em 2001, lançou o livro "A mais alta solidão", que conta já com várias edições e onde retrata alguns dos acontecimentos mais dramáticos da sua vida, seguindo-se-lhe “Mais Além - Depois do Evereste".

A sua paixão pelas escaladas começou quando foi, com 15 anos, a primeira vez à Serra da Estrela. A sua primeira ida aos Alpes em 1984, intensifica e solidifica essa paixão, ano em que, entre outras montanhas, escalou pela primeira vez ao Monte Branco (4807m).

Atleta de competição de triatlo, desporto que lhe possibilitava adquirir a resistência física necessária para superar as múltiplas dificuldades no montanhismo, foi em 1990, seleccionado para uma comissão de serviço de 3 anos no Quartel Supremo das Forças Aliadas, na Bélgica. A proximidade geográfica com os Alpes, deu-lhe novas oportunidades de aí desenvolver a sua actividade.

A partir desse momento, a sua actividade de alpinista intensifica-se e começa aqui a sua preparação para as escaladas acima dos 7.000m e o começo dos desafios que haveriam de surgir na sua vida.

Em 1993 iniciou a sua actividade como himalaísta, integrando uma expedição Internacional polaca (liderado por Krzysztof Wielicki) ao monte Cho-Oyu (8201m) no Tibete, tendo já escalado 6 dos sete cumes mais altos dos 7 “continentes”: Evereste (Ásia), Aconcágua (América do Sul), Mckinley (América do Norte), Elbrus (Europa), Monte Vison (Antárctida) e Kilimanjaro (África). Resta-lhe a Pirâmide de Carstenz (Oceania).

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