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Renovação e mudança são as principais expressões que tem alimentado os discursos políticos dos dois candidatos à liderança da Comissão Política Concelhia do PS de Famalicão.
A renovação dos métodos e a mudança de protagonistas, são para os candidatos e respectivos apoiantes, a condição indispensável para tornar o PS local num partido sério, forte e credível.
São discursos bonitos, mas não deixam de ser recorrentes e generalistas. Numa palavra, banais. Na verdade, raramente ouvimos algo de substancialmente diferente, de um qualquer candidato, à liderança de uma qualquer estrutura, de um qualquer partido político.
Resta-nos esperar pelo futuro. Conhecemos as palavras, aguardemos pelos actos. Se só no futuro será possível aquilatar da distância, que em regra, se verifica entre a teoria e a prática política, o passado, sobretudo o passado recente, indiciam, no entanto, exactamente o contrário.
Veja-se o que aconteceu na última sessão da Assembleia Municipal.
Um deputado municipal do PS, líder de uma das candidaturas, assinou a sua presença na sessão mas não esperou sequer pelo início dos trabalhos, abandonando de imediato o local. Fica a dúvida entre uma saída precipitada, mas justificada ou a tentativa de receber a senha de presença a que legalmente deixaria de ter direito. O estratagema é recorrente em alguns deputados socialistas.
Os vereadores têm a obrigação política de assistirem às sessões do órgão deliberativo, no local destinado ao executivo camarário. Aliás, os vereadores da oposição são remunerados por essa presença. Sucede que, como aconteceu na maioria das sessões do anterior mandato, nenhum vereador da oposição esteve na mesa destinada à Câmara Municipal.
Se esse facto, por sí só, desacredita a oposição, o que dizer de um elemento da vereação socialista que, tal como o deputado municipal, assina a folha de presenças, talvez para poder receber a respectiva senha, mas depois não ocupa o lugar que lhe está destinado, optando, em vez disso, ora pelo hall de entrada, ora pelo corredor, ora pelo café?
E o que dizer da renúncia ao mandato do Dr. Agostinho Fernandes à Assembleia Municipal?
Está bem presente na memória dos famalicenses as recorrentes promessas de cumprimento do mandato no órgão deliberativo municipal, independentemente dos resultados que viessem a verificar-se nas eleições de 9 de Outubro. Ao contrário do prometido, e se nos abstrairmos da cerimónia da tomada de posse, constata-se que não despendeu um singelo minuto, do seu muito tempo disponível, para servir o município no lugar para o qual andou a pedir o voto aos famalicenses.
Pelos exemplos citados, e porque estão ligados a ambas as candidaturas, é difícil acreditar que a mudança de protagonistas venha a traduzir-se na propalada renovação de métodos e consequente seriedade e credibilidade do Partido Socialista em Famalicão.
Artigo publicado no semanário "Opinião Pública", edição de 16 de Dezembro de 2005.
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